Entrevista com Fabio Audi de "Hoje eu quero Voltar Sozinho"

"Uma vez eu estava andando e um garoto puxou minha mochila para chamar a minha atenção"

Minha segunda entrevista com o elenco de "Hoje eu quero voltar Sozinho" continuação do curta aclamado "Eu não quero voltar sozinho" é com o ator Fabio Audi, Fabio tem 23 anos é formado em cinema, já trabalhou em algumas produções para o ECA e AIC e atualmente está na produção de um roteiro. Pianista nato e atualmente solteiro, é apaixonado pelo mundo do cinema. Foi com uma simpatia imensa que Fabio me concedeu essa entrevista:

Como é a sua relação com os fãs ? Já aconteceu alguma situação engraçada com eles ?

Algumas vezes me reconhecem na rua. Alguns chegam e comentam sobre o filme, outros ficam envergonhados. Uma vez eu estava andando com fones de ouvido na Paulista e um garoto puxou minha mochila para chamar a minha atenção, levei o maior susto, tive que dar uma bronca nele (risos), acho que aquilo foi engraçado.

Você fazia ideia do secesso do curta? E os prêmios consequentes dele?

Não. Fui me dar conta do potencial no dia da estreia, em Paulínia. Sala lotada, foi muito gostoso assistir na telona e depois ouvir tantos aplausos. Alguns dias depois o filme simplesmente ganhou praticamente todos os prêmios nas categorias em que concorria.

Conte pouco como foram as gravações do longa e a relação com o elenco.

Foi tudo muito rápido. Acordava as 5 da manhã e ia dormir as 19 horas. No final da filmagem invertemos por conta das noturnas e passamos a acordar as 17 horas e ir dormir as 7 da manhã. Precisa ter equilíbrio pra dar conta. Como praticamente todos da equipe estreavam em um longa, a dinâmica foi muito boa, parecíamos uma grande família que acabava de se conhecer. O Daniel é provavelmente o diretor mais amável, compreensível e generoso que eu já conheci, além de um grande diretor, é também um grande amigo.

Já fez outros trabalhos relacionados ao áudio visual?

Sim. Me formei em cinema ano passado então já dirigi, fiz assistência de direção, som, arte, roteiro, direção de atores. Fiz alguns trabalhos com um pessoal da ECA e AIC.

Qual a sua posição em relação a censura do curta em salas de aula no acre?

Achei ótimo. A exposição do filme aumentou muito depois desse ato tão ridículo ao tempo em que vivemos. Enfim, é um filme que arrebata 9,5 em cada 10 espectadores. Uma bomba atômica de amor e sensibilidade contra a velha ignorância religiosa. Fico feliz que o filme tenha chegado nesse campo de batalha e acho que ainda tem mais por vir.

Existe algo no Gabriel do filme que o Gabriel do curta não possui?

O Gabriel do curta é uma versão resumida do Gabriel do longa. Acho que a principal diferença é que o curta aborda um universo mais infantil enquanto que o longa narra aquela fase "final do colegial", onde as coisas tendem a entrar em ebulição com mais facilidade e intensidade.

E quais são suas expectativas com o lançamento de "Todas as coisas mais simples"?

Difícil falar. Não penso muito nisso. Aprendi a me distanciar do filme. Acho que vai ser muito bom.

Se distanciar? Como assim?

É, de certa forma meu trabalho já terminou neste filme. O distanciamento é bom pelo bem dos projetos que virão. Acho que um exemplo é o ator que pensa nos prêmios enquanto atua, isso faz mal, é um reflexo prejudicial à arte e ao próprio artista. Tento evitar a expectativa. Deixar fluir naturalmente sem ficar contido nela.

Você já tem outros projetos em vista?

Sim. Estou escrevendo um roteiro e pretendo dirigi-lo em breve além de dois projetos como ator, um de cinema e outro de teatro. No meio de tudo isso ainda penso em mestrado, composição, documentário. Sou aquele tipo de pessoa que não consegue fazer uma coisa só. Preciso abraçar tudo.

- Por Gabriel Macedo

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