O Caçador de Pipas - A História Perfeita

"A primeira palavra que eu disse foi: Baba e a dele foi: Amir, ninguém sabia, mas isso refletiria até o final de nossas vidas" 

           - "O Caçador de Pipas"

O livro "O Caçador de Pipas" é o melhor livro que eu já li, ele mexeu com as minhas emoções profundamente, por esses motivos resolvi escrever um post para falar um pouco dessa obra incrível.

"O Caçador de Pipas" foi escrito por

Khaled Rosseini é um best seller traduzido para diversos idiomas e retrata diversos temas: guerra, história, desigualdade social, caráter pessoal e imigração, tudo isso puxando uma ficção perfeitamente realista.

Resumirei o livro em uma forma diferente de uma resenha comum, para você tentar sentir o que Amir sentia, sinta-se ele e pense: "Há uma forma de ser bom novamente"

Imagine-se em uma casa, ou melhor em uma mansão, você tem apenas um pai, porque a sua mãe morreu no seu parto e você vive culpado por indiretamente ter matado ela. E você tem um melhor amigo o nome dele é Hassan e ele é seu empregado, Hassan é atlético corajoso e "...de lábios leporinos."

Uma amizade mal vista pela população de Cabul.

Cabul... Lá os dois amigos viveram momentos inesquecíveis, ao final da tarde Amir lia para o amigo (que não sabia ler), porém Amir inventava a maioria das histórias. Ele era um garoto amargurado por levar a culpa de ter matado sua mãe no parto.

O pai de Amir, era rico, bondoso e respeitável um homem admirado em toda Cabul, financiava orfanatos, dava esmolas e era extremamente corajoso e forte, mas não tinha o que mais queria: Um filho corajoso e forte como ele. Amir era o oposto do pa: era mau, fraco e a última coisa que o garoto poderia ser era corajoso, por esse motivo Amir tinha inveja (o que o deixava ainda mais amargurado) de Hassan, o pai de Amir adorava tanto o menino corajoso que o tratava como seu próprio filho.

Khaled Hosseini retrata seu primeiro assunto real no livro que são as pessoas más. Ele deixa claro sua opinião sobre o assunto. Toda pessoa má tem algum tipo de defeito psicológico, o de Amir era isso, nunca poder satisfazer seu pai, jamais ele seria como Hassan e nunca poderia nem pensar em ressuscitar sua mãe  a qual sem ter nenhuma culpa provocou a morte. A amargura de Amir era a sombra da sua maldade era o motivo de suas atitudes e menosprezar Hassan dizendo o significado das palavras erradas ou mentir inventando as histórias que não condiziam com livro era uma forma de expressar aquilo, a culpa o deixava uma criança triste.

Foi inventando essas histórias que Amir descobriu sua vocação: Escritor, o amigo de seu pai o ajudaria na carreira dando no dia de seu aniversário um caderno, onde Amir escreveu uma história: Ela dizia a respeito de um homem que suas lágrimas viravam pérolas e movido pela ambição matou sua esposa, no fim da história o homem acaba em uma montanha de pérolas com sua mulher morta em seus braços. 

Analise a história e compare com a vida de Amir, é um reflexo dele mesmo! Tem tudo, mas é uma pessoa vazia.

A trama do livro chega em sua real intenção na competição de pipas era a única forma de Amir provar para seu pai que era bom em pelo menos alguma coisa, ele ganha e sua pipa é a última a estar no ar em toda a Cabul e seu pai fica extremamente orgulhoso, ao cortar a última pipa Amir pede a Hassan: "Busque a pipa para mim" e Hassan responde: "Por você faria isso mil vezes" (a frase mais espetacular da trama).

É ai que o vilão da história aparece: um garoto que é contra a amizade de Amir e Hassan que apoia Hitler, pede a pipa para Hassan e provando sua amizade Hassan nega o pedido.

Nesse momento no livro deixa subliminar o que o garoto fez com Hassan, mas no filme fica bem claro que o garoto abusa Hassan sexualmente, Amir vê a cena e isso marca a sua vida de maneira apavorante, naquele momento o terror e a culpa tomam conta de Amir.

Ele fica culpado por Hassan proteger tanto ele e resolve acusar o garoto de roubo por não suportar conviver com a ideia de que Hassan tinha suportado aquilo tudo por ele. 

Hassan e seu pai saíram da casa de Amir e dias depois Amir e seu pai tiveram que sair de Cabul, uma guerra começava...

 O Talibã tinha dominado o local e Amir e seu pai usou o dinheiro que tinha para conseguir fugir da Guerra e ir para os Estados Unidos, lá ele comprou um apartamento e vivia tranquilamente, mas sempre lembrava de Hassan o garoto dos lábios leporinos que tinha deixado uma ferida intocável a anos em Amir.

Nesse ponto da história entra o segundo assunto que Hosseini trata no livro: História.

Ele consegue unir uma história fictícia com fatos reais que realmente acontecem de maneira extraordinária, o que deixa a história mais envolvente.

Amir cresce, Casado, escritor e bem sucedido não pode ter filhos e seu pai morre de câncer.

Ele recebe uma ligação daquele amigo de seu pai, o que deu o caderno para ele e depois de ouvir a seguinte frase: "Há uma forma de ser bom novamente" não pensa duas vezes e volta para Cabul onde descobre que Hassan era seu irmão e o pior de tudo tinha morrido pelo Talibã.

Também ficou sabendo que Hassan antes de morrer aprendeu a ler e se perguntou: "O que Hassan deve ter pensado de mim, quando leu todas aquelas histórias e viu que não eram as que eu contava pra ele" 

Mas Amir naquela conversa descobriu como poderia se redimir, Hassan tinha um filho, e Amir tinha que busca-lo, uma tarefa a qual Amir não sabia nesse momento o livro se torna pra mim uma obra prima, o sofrimento e a tristeza tomam conta do filho de Hassan e de Amir, muitas coisas acontecem e após a leitura uma frase encontrada no próprio livro fica evidente: "Histórias tristes, sempre dão boas histórias"

Recomendo a leitura a todos é um livro surpreendente. 

O final não é um final feliz como todos pensam, mas é possível dar um pequeno sorriso e resumir que esse é um dos melhores livros que leu.

A frase que eu vou guardar pra toda a minha vida que existe no livro é a seguinte:

"Quando você mente, está tirando o direito do outro de saber a verdade"

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- Gabriel Macedo